domingo, 14 de agosto de 2022

Um Novo Sorriso

 A SÓS COM JESUS

14 de agosto

      Um Novo Sorriso

    No último dia, o grande dia da festa, levantou-Se Jesus e exclamou: se alguém tem sede, venha a Mim e beba. S. João 7:37. 

   Estava descontrolada. Cada palavra sua era um dardo envenenado. Tentava ser ferina e mostrar-se superior. Como se essa atitude pudesse tirá-la da confusão em que parecia mergulhada. “Deus? Para que preciso de Deus? Ele é o produto de mentes espertas que criaram a muleta de que precisam os espíritos covardes, incapazes de enxergar e usar todo o seu potencial”, dizia. 

   Eu conhecia bem aquela garota. Em outros tempos, ela estampava um brilho maravilhoso no olhar; sorria com um sorriso que refletia paz interior. Mas o tempo passou e ela foi para a universidade. Tornou-se profissional é adulta. Um dia, olhou para os pais e os viu crédulos demais para seu gosto; eram ingênuos demais, seguindo aquilo que chamavam de cristianismo; simples demais, acreditando que o mundo fora criado por Deus e que Ele é um Pai de amor, que cuida de Seus filhos. 

   Tinha lido e aprendido muito, descobrindo que o mundo não era apenas aquele pequeno grupo de cristãos com quem congregava todo sábado, desde criança. Descobrira amigos que tinham outros sonhos, outros planos, gente que vive a vida “sem limites”, gente que não tem medo de “ir fundo”. 

   Então alguma coisa bonita se quebrou dentro dela. Quase sem perceber, sentiu-se como uma águia voando por espaços infinitos, enquanto embaixo, uns poucos ainda continuavam acreditando que tudo que faziam tinha que depender de Deus. 

   “Deus? Para que preciso de Deus? Deus está dentro de mim, dentro de você”, afirmou. “Deus é a força vital que trazemos conosco, a energia interior que a cultura nos ajudou a desenvolver, em benefício dos menos privilegiados.” E de certa maneira era verdade. Ela havia crescido, tinha se desenvolvido, e sua vida estava a serviço de gente necessitada. Só que o brilho de felicidade que seus olhos refletiam quando era mais jovem havia desaparecido. O sorriso não existia mais. 

   Não disse nada. Simplesmente olhei para ela. “Não acredita em mim”, perguntou. “É verdade tudo o que estou dizendo: não preciso de Deus. Sei do que sou capaz por mim mesma. Não faço mal a ninguém, ao contrário, faço mais bem aos meus semelhantes do que muita gente que se diz cristã.” Mas as lágrimas estavam ali, querendo rolar, incomodando, doendo. Ora, quem é feliz não precisa fazer de tudo para que os outros creiam. Simplesmente é feliz, e a paz interior se reflete no olhar e no sorriso espontâneo. Alguma coisa estava errada dentro da garota morena de cabelos compridos. As lágrimas que lutavam para não sair pareciam dizer: “Ajude-me, por favor, escute-me, não vá embora.” Por que olhar fundo dentro da gente, se só se acha um vazio estranho, que nem sequer se pode identificar direito? Que mérito há em querer tirar Deus da vida, se depois temos que correr em busca de um sentido para a existência?

MINISTÉRIO  BULLÓN

MEDITAÇÃO DIÁRIA

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