terça-feira, 30 de agosto de 2022

Lágrimas

 A SÓS COM JESUS

30 de agosto

         Lágrimas

   Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo: a Tua vara e o Teu cajado me consolam. Salmo 23:4.

   Estou triste. Ao escrever esta página, não consigo tirar de minha mente as horas dramáticas que vivi. Minha irmã perdeu o esposo, um jovem pastor, assassinado enquanto retomava para casa depois de levar esperança às pessoas. Agora, ela precisa dar a notícia para a filhinha de cinco anos. Como contar? Que palavras usar, para que a garotinha compreenda o mistério da morte?

   Fiquei ao lado dela pedindo a Deus que colocasse as palavras apropriadas em seus lábios. As lágrimas lutavam para sair. Sua voz tremia, quebrada pelo vulcão da dor que martelava seu coração. Finalmente, conseguiu falar,

   - Filhinha, você se lembra da história de Lázaro?

   - Sim — disse a criança, com os olhos brilhando de felicidade.

   — O que foi que aconteceu com Lázaro? - perguntou a mãe. E a pequena ia respondendo e dando detalhes da história que o próprio pai lhe contara tantas vezes antes de dormir.

   De repente, a mãe a interrompeu e disse:

   - Pois é, filhinha, ontem papai voltava para casa depois de pregar. Ele estava cansado e Jesus lhe disse: “Você tem que dormir agora.” Papai quis discutir, mas você sabe que ele sempre gostou de obedecer a Jesus. Embora ele quisesse ver você, dormiu e agora está lá descansando, até Jesus voltar.

   A alegria desapareceu num segundo do rosto da menina. Ela pareceu perceber que a ausência do pai doeria muito e, com um clamor que partia o coração, perguntou:

   - Papai morreu?

   A mãe, cheia da coragem que só Jesus sabe dar, respondeu:

   - Não, filhinha, papai não morreu. Está só dormindo, e quando Jesus voltar vamos abraçá-lo novamente.

   Estou triste. A tragédia trouxe muita dor à minha família. Apesar de tudo, foi bom ver como é que o cristão reage diante do sofrimento.

   - Você tem todo o direito de perguntar a Deus, mas sei que só o tempo irá apagar suas perguntas — disse para minha irmã, naquela hora. Ela, encostando a cabeça em meu peito, respondeu:

   - Eu não quero perguntar nada a Deus. Eu não quero respostas; só quero que Ele me abrace bem forte, porque confio nEle — embora não compreenda muitas coisas.

   Como faz bem saber que Jesus nunca nos abandona em meio à dor!

MINISTÉRIO  BULLÓN
MEDITAÇÃO DIÁRIA

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