sábado, 16 de agosto de 2014

O Sonho de Nabucodonosor- Daniel 2

Reavivados por Sua Palavra

Leitura Bíblica  - Daniel 2
O Sonho de Nabucodonosor
Comentários  de  Koot van Wyk

Neste capítulo Daniel relata um acontecimento que marcou definitivamente a sua vida. Ele escreveu em aramaico, a língua falada pela população em geral, para que a veracidade do relato pudesse ser confirmada pelos oficiais da corte que falavam essa língua. É interessante notar que os pergaminhos encontrados nas cavernas de Qumran trazem exatamente o mesmo texto hebraico a partir do qual nossas atuais traduções da Bíblia são feitas.

Daniel não tinha ainda completado a sua formação na “Universidade da Babilônia” quando, no segundo ano de Nabucodonosor, Deus deu ao rei um sonho que o perturbou muito (v. 1).

Ditadores muitas vezes são inseguros e não confiam em ninguém ao seu redor. Naqueles dias, um ditador buscava ansiosamente o conselho dos adivinhos sobre o que deveria ou não fazer. Neste caso, entretanto, eles simplesmente não sabiam o que dizer a Nabucodonosor a partir de suas tábuas astrológicas.

 O rei disse que estava ansioso para saber o sonho (v. 3) e ameaçou todos os sábios da corte com a morte caso não conseguissem revelar o mistério. “Esta é a minha decisão: se vocês não me disserem qual foi o meu sonho e não o interpretarem, farei que vocês sejam cortados em pedaços e que as suas casas se tornem montes de entulho” (v. 5, NVI).

Os adivinhos perceberam então que tinham um grande problema. Eles conheciam a extrema brutalidade dos ditadores assírios e babilônios, como a demonstrada na captura de Laquis, registrada na parede do palácio de Senaqueribe, em Nínive. Muito provavelmente eles seriam cortados em pedaços ainda vivos.

 Tendo ciência da crise que também o envolvia, Daniel se aproximou e pediu para falar com o rei (v. 15) e pediu a seus amigos para orarem com ele a respeito do assunto (v. 17-18). Deus respondeu a oração deles e deu a Daniel o sonho e a sua interpretação (v. 19). No sonho o rei havia visto uma enorme estátua, de diversos materiais, que foi destruída por uma rocha não cortada por mão humanas.

O conceito fundamental do sonho é que Deus está no controle da história deste mundo e de seus sucessivos impérios. Este mesmo conceito já havia sido exposto por Moisés em Gênesis 31, Êxodo 3 e Jó 12.

 A interpretação do sonho dada por Deus a Daniel e transmitida ao rei foi a seguinte: A cabeça de ouro da imagem representava a Babilônia (v. 37a). Outros reinos se sucederiam, como confirmado pela História. Depois da Babilônia veio a Medo-Pérsia (v. 39a) representada pela prata, e depois de sua queda, veio o Império Grego representado pelo bronze (v. 39b).

Depois da queda da Grécia dominou o “império de ferro” de Roma. Mais tarde, na Idade Média, Roma assumiu uma orientação religiosa através da Igreja Católica Romana, quando passou a ser conhecido como o Sacro Império Romano (v. 40). O aspecto religioso de Roma se revela logo em 538 dC, quando o imperador Justiniano ordenou que nas moedas a serem cunhadas naquele ano ele não deveria ser retratado, como no passado, como um guerreiro ou um soldado com uma lança em um cavalo, mas como um teólogo segurando em suas mãos uma cruz.

 O último reino que aparece no sonho composto de “argila e ferro” (vs. 41-43), também teria fim, como todos os demais. Então uma pedra vinda do próprio Deus destruiria a imagem que Nabucodonosor vira em seu sonho e o Deus do céu estabeleceria um reino que jamais seria destruído (v. 44).

 Quando Nabucodonosor ouviu tudo isso, colocou o rosto em terra perante Daniel (v. 45-47). Apesar de ser ainda um calouro, Daniel foi promovido a chefe de todos os sábios da Babilônia. Ele e seus três amigos nunca completaram os três anos de curso superior para se formar na Universidade da Babilônia (v. 48). Daniel foi trazido para a corte do rei e seus amigos se tornaram encarregados da administração da província de Babilônia, a seu pedido (v. 49). A inteligência e a sabedoria de Daniel e seus companheiros lhes foram dados por Deus.

Querido Deus,
Vivemos no tempo do fim e sabemos que o Seu filho, a Rocha dos Séculos, virá em breve como Rei dos Reis e Senhor dos Senhores para encher a terra com a Sua glória. Que possamos, desde agora, nos abrigar nEle. Amém.

Koot van Wyk
Universidade Nacional de Kyungpook, Coreia do Sul


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