Reavivados
por Sua Palavra
Leitura
Bíblica - Daniel 1
O livro de Daniel
Comentários de Koot van Wyk
Não é correto pensarmos nos seis primeiros capítulos do
livro de Daniel apenas como capítulos históricos. Existe muita profecia
embutida nesta história sobre o curto reinado dos reis de Judá, e acerca de
Nabucodonosor e do Faraó do Egito.
Daniel inicia o seu livro recordando a experiência
traumática quando foi levado cativo para a Babilônia por Nabucodonosor,
juntamente com artigos do templo (v.2). Jovens de boa aparência que
demonstraram inteligência, incluindo Daniel, foram levados a servir na corte do
rei (v. 4).
Daniel recorda como ele e seus três amigos tiveram de
aprender babilônico, assírio, sumério e outras línguas e a literatura destas
línguas. Eles tinham que se sentar diariamente com seus amigos aprendendo a
gramática e o significado das frases em escrita cuneiforme (escrita em formato
de unhas), como as que os arqueólogos encontraram nos textos da Biblioteca de
Nínive.
O curso na universidade babilônica durava três anos (v. 5).
Os melhores matemáticos, astrônomos, historiadores, professores de literatura
educaram Daniel e seus amigos todos os dias.
O próximo passo para imergi-los na cultura babilônica foi
dar-lhes nomes babilônicos. O nome de Daniel que significava em hebraico “Deus
é meu juiz” foi mudado para Beltessazar, referindo-se ao poderoso deus
babilônico “Bel”. O nome Ananias, que significa “Javé é amável”, o comandante
mudou para Sadraque. Misael significava “Quem é de Deus”, e foi mudado para
Mesaque. Azarias significa “Javé está ajudando”, e também foi mudado, para
Abede-Nego. Todos esses nomes babilônicos significavam que eles eram servos dos
deuses babilônicos, o que era uma grande humilhação para esses jovens hebreus.
Além disso, Daniel e seus amigos teriam de comer à mesa do
rei, o que se tornou um grande problema. Eles deveriam comer os alimentos que o
rei da Babilônia gostava. Uma boa fonte para sabermos o que os reis babilônicos
comiam são os chamados textos hemerológicos, entre eles um texto de uma
cartomante que dizia o que o rei devia ou não comer durante os 360 dias do ano.
Este texto dizia que o rei deveria comer “carne de porco”, “carne de boi” e
“peixe”. Outro texto incluía até o arganaz, um tipo de rato (NIG.GIG).
Daniel e seus amigos estavam em apuros. Eles enfrentaram
decisões que testavam sua fé e tiveram que decidir rapidamente. O rei também
bebia vinho (v. 8) e Daniel sabia que o álcool e a educação não são bons
parceiros. Quando a Bíblia se refere negativamente ao vinho, está falando do
vinho alcoólico; quando positivamente, ao suco de uva ou geléia de uva. Bebês pedem
vinho a suas mães em Lam 2:11-12. Nenhuma mãe forneceria álcool para sua
criança.
Daniel e seus amigos devem ter considerado cuidadosamente os
conselhos de Salomão: “Quando você se assentar com alguma autoridade, observe
com atenção quem está diante de você … não deseje as iguarias que ele oferece,
pois podem ser enganosas” (Prov 23:1 e 3 NVI); “Não se deixe atrair pelo vinho
quando está vermelho, quando cintila no copo e escorre suavemente! No fim ele
morde como serpente e envenena como víbora. Seus olhos verão coisas estranhas,
e sua mente distorcidas” (Prov 23: 31-33, NVI).
Então eles resolveram firmemente não se contaminar com a
comida e bebida escolhidas pelo rei para a sua mesa (v. 8). O conhecimento e o
amor que tinham pelas Escrituras os ajudaram a tomar decisões sóbrias e vitais.
Eles poderiam ser cativos do rei da Babilônia, mas não sua mente e alma. Deus
aprovou a decisão de Daniel e seus companheiros e os abençoou nesta prova de
fé. Seu comandante gostava deles (v. 9) e, após dez dias de teste, permitiu que
recebessem somente comida vegetariana e água (v. 12-14). Deus apreciou muito a
fé dos quatro companheiros e lhes deu “sabedoria e inteligência para conhecerem
todos os aspectos da cultura e da ciência” (v 17a NVI). A Daniel foi dado adicionalmente
o talento de interpretar visões e sonhos (v. 17b). Com a bênção de Deus, após o
período de instrução o rei Nabucodonosor os achou superiores, em muito, aos
demais sábios de todo o seu reino (v. 18-20).
Daniel termina o resumo de sua história pessoal dizendo que
ele trabalhou para Babilônia até o primeiro ano do rei Ciro (v. 21), em 538 aC.
Se ele tinha 16 anos na época do cativeiro, tinha 83 anos , quando terminou sua
carreira.
Querido Deus,
A autobiografia de Daniel fala sobre Ti. Vemos ali a Tua mão
na frente, ao lado e atrás dele o tempo todo. Queremos ser assim também ser
cuidados por Ti. Ao passarmos por situações difíceis ajuda-nos a sermos
vitoriosos como Daniel e seus companheiros. Amém.
Koot van Wyk
Universidade Nacional Sangju, Coreia do Sul
Texto original: http://revivedbyhisword.org/en/bible/dan/1/
http://www.palavraeficaz.com/
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