Reavivados
por Sua Palavra
Leitura
Bíblica - Daniel 5
Comentários de Koot van Wyk
Todos nós conhecemos os eventos da última noite do império
babilônico: uma festa regada a muito vinho com todos os nobres da Babilônia, no
auge de uma guerra, com os inimigos persas à porta da cidade fortaleza que se
achava inexpugnável. O espírito de busca ao prazer de Belsazar seguia a
expressão comum na época: “comamos, bebamos, porque amanhã morreremos” (Is
22:13 NVI) – como uma profecia. No auge da orgia, quando todos já estavam
altamente embriagados, Belsazar, o anfitrião, manda vir as taças que haviam
sido tomadas do templo de Jerusalém para que nelas bebessem em homenagem aos
deuses da Babilônia.
Neste momento, dedos de uma mão de forma humana escrevem
misteriosa inscrição na parede do palácio, dando fim, de vez, às festividades e
deixando todos atônitos e tremendo de medo.
Tendo os sábios falhado em ler as inscrições e dar o seu
sentido, a rainha mãe (mãe de Belsazar e esposa de Nabonido, adorador da lua e
que se refugiara na cidade de Tema) lembra Belsazar de Daniel. O profeta, desde
os tempos de seu avô, Nabucodonosor, mostrara capacidade de “interpretar sonhos
e resolver enigmas e mistérios” (v. 12 NVI), tendo convivido e influenciado
todos os famosos reis babilônicos. Daniel, agora com 83 anos, é trazido até
eles. O porte nobre, digno e seguro do ancião contrasta com o estado
deplorável, confuso e amedrontado dos jovens que até há pouco se divertiam sem
limites. Daniel relembra a história que a família real conhecia muito bem: a
loucura de seu avô após sua arrogante grandeza e sua cura, numa lição divina de
humildade e assim, de forma sutil e diplomática, repreende a postura de
Belsazar.
As palavras na parede lidas por Daniel, MENE, MENE, TEQUEL,
PARSIM (mina, mina, shekel, upharsin, plural de peres) eram medidas persas de
peso ou dinheiro*, mas que também se referiam às expressões: “numerar”, “pesar”
e “cortar/dividir” ou “persas”. Para um bom entendedor babilônico, estas
palavras expressavam a condenação do império.
Apesar de honrar a Daniel, concedendo a ele as honras de
chefe de estado, como terceiro no reino, abaixo apenas de si e de seu pai,
Nabonido, Belsazar não demonstrava arrependimento verdadeiro. Seu espírito,
embriagado, não mais respondia ao Espírito de Deus, demonstrando apenas culpa.
Naquela mesma noite, o general medo Gubaru, que mais tarde
passou a se chamar “Dario, o medo”, o governante mencionado em Daniel 6, tomou
a cidade fortificada de Babilônia a partir do leito seco do desviado rio
Eufrates, e entrou pelas portas internas, abertas pelos sacerdotes do deus
Marduque, deixados de fora das festividades, de acordo com textos cuneiformes.
A profecia de vida de Belsazar e seus nobres se cumpriu à risca: todos morreram
naquela noite.
Belsazar recebera todas as informações e oportunidades para
seguir e adorar o Deus verdadeiro, o Deus dos hebreus e de Daniel. Certamente
conhecia as histórias do sonho da estátua e da fornalha, situações de crise e
morte para os hebreus, transformada em livramento e exaltação.
Mas informação apenas não basta para um coração arrogante e
determinado a fazer sua própria vontade, à revelia da voz do Espírito em sua
consciência. É necessária humildade e entrega diária para que Deus possa operar
a salvação em nós. Caso contrário, da consciência endurecida restará apenas a
culpa. E culpa não traz benefício algum. Somente serve para induzir ao
suicídio. É isto que cometemos em nossa vida quando nos afastamos de Deus. Como
aconteceu com Belsazar.
* algo como “dólar, dólar, penny e meio dólar”, cf Andrews
Study Bible.
Querido Deus,
que as bênçãos que recebemos não nos impeçam de reconhecer
que Tu és a fonte de toda boa dádiva. E que com espírito humilde, possamos
reconhecer que a Tua presença em nossa vida é a maior de todas as bênçãos que
podemos receber.
Koot van Wyk
Universidade Nacional de Kyungpook, Coreia do Sul
Texto original: http://revivedbyhisword.org/en/bible/dan/5/
http://www.palavraeficaz.com/
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