Reavivados
por Sua Palavra
Leitura
Bíblica - Daniel 11
Comentários de Koot van Wyk
Daniel recebeu várias visões sobre a sucessão das potências
mundiais, cada uma agregando mais informações que a anterior (caps.
2,7,8,9,10-12). Os capítulos 10 a 12 formam uma unidade e, em 11:1, Gabriel
continua sua fala, iniciada em 10:19, informando que um ou dois anos antes, no
primeiro ano de Dario, o havia apoiado pessoalmente. Quem sabe não foi Gabriel
quem acalmou os leões, em seu trabalho para garantir a vitória de Daniel contra
seus acusadores?
Gabriel, olhando agora para o futuro, descreve (v. 2) os
próximos 4 reis da Pérsia, ressaltando o poder e ambição do quarto. Este não
foi ninguém menos que Xerxes (a pronúncia grega de Ashuerosh, ou Assuero, 486 a
465 aC), a quem conhecemos como o marido de Ester. A grande festa de Ester 1
mostra o esforço de Assuero em conseguir apoio militar para sua campanha contra
a Grécia. Sua derrota nas batalhas de Salamina (480 aC) e Plateia (479 aC)
enfraqueceu a Pérsia e fortaleceu as cidades-estado gregas que, mais tarde, sob
o domínio de Alexandre, expandiriam o domínio helênico até o Egito e ao
ocidente da Índia (v. 3) [1, Maxwell, p. 298].
Nos versos 4 a 14, Gabriel descreve os embates políticos e
militares entre dois dos quatro reinos
resultantes da divisão do império de Alexandre pelos seus quatro
principais generais: Cassandro (Grécia e Macedônia), Lisímaco (Trácia e norte
da Turquia), Seleuco (sul da Turquia, Síria, Babilônia, Pérsia, até à Índia) e
Ptolomeu (Egito, Líbia e Palestina). Estes dois últimos, ao norte – o Selêucida
– e ao sul da Palestina – Ptolemaico-, que alternaram entre si a posse da Terra
Santa no período que conhecemos como intertestamentário, são o foco destes
versos.
Já a partir do verso 15 pode-se identificar a ascenção e
domínio de Roma, o novo império que chegaria a partir do norte, onde podem- se
identificar as referências a Cleópatra (v, 17), Júlio César (v. 17-19), Augusto
(v. 20), e a morte de Jesus, o Príncipe da Aliança, (v. 22).
Do verso 21 até o verso 39, podemos ver a progressiva
atuação espiritual de Roma, com clara identificação com a atividade do chifre
pequeno das visões dos cap. 7 e 8 [2, Andrews]. Destaque ao ataque ao
Santuário, e o seu serviço, símbolos da intercessão de Jesus, e a introdução de
um sistema de salvação baseado em obras e intercessão humanas, a “abominação
desoladora”.
Nos emociona ver Gabriel contar a Daniel sobre um “povo que
conhece ao seu Deus … forte e ativo” (v. 32), que mesmo sob cruéis ditaduras
ensinaram “a muitos” (v. 33), perseguidos “até o tempo do fim” (v. 34). Valdenses, lolardos, hussitas, luteranos,
anabatistas, huguenotes e católicos romanos sinceros que “preferiram morrer
afogados ou enforcados ou queimados na estaca ou torturados ou aprisionados, a
abdicar de sua fé” em resistência ao “espírito de tirania medieval” [1,Maxwell,
p. 311]. A reforma protestante foi o
“pequeno socorro” do verso 34. [3, CBASD].
É interessante notar que nestes versos, foram revelados a
Daniel os aspectos históricos do poder opositor a Deus durante a Idade Média e
do remanescente de Deus, enquanto João, em Apocalipse 13, destaca os aspectos
religiosos, estendendo este período até o fim.
É oportuno dizer que a Igreja Adventista não tem uma
interpretação oficial quanto aos versos 36-45, em especial aos versos 40-45,
que são claramente profecias a serem cumpridas. É mera especulação dizer que o
verso 45 mostra que os EUA, enquanto segunda besta de Apoc. 14, instalará a
sede de seu domínio em Jerusalém (Monte Santo), entre os mares (Mediterrâneo e
Morto)
Cabe aqui, com muita propriedade, o comentário da Bíblia de
Andrews [2]: “Este texto destaca as tentativas, nos últimos tempos, do inimigo
de Deus em estabelecer um controle duradouro sobre todo o mundo. Os precisos
eventos na Terra são agora conhecidos apenas por Deus. Predições proféticas são
dadas na Bíblia não para que se façam especulações a respeito do futuro, mas
para a construção da fé após eles terem passado (ver as palavras de Jesus em
João 14:29)”.
Querido Deus,
Ao vermos o fiel cumprimento dos eventos preditos na
profecia, nossa fé é fortalecida. No entanto, diante da demora e da incerteza
acerca dos eventos futuros pedimos que mantenhas viva a nossa fé e a certeza de
que em breve Tu, ó Deus, triunfarás e haveremos de desfrutar da eterna herança
contigo. Amém.
Koot van Wyk, DLitt et Phil, ThD.
Kyungpook National University
Sangju, South Korea.
Fonte:
http://www.palavraeficaz.com/
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