Reavivados
por Sua Palavra
Leitura
Bíblica - Atos 23
Comentários de Ron E. M. Clouzet
Poderíamos dizer que o apóstolo Paulo cometeu três grandes
erros diante do Sinédrio, erros dos quais ele mais tarde se arrependeu. O
primeiro foi se dirigir a este importante conselho utilizando o termo “irmãos”,
em vez da saudação habitual, “autoridades do povo e anciãos de Israel.” Ao
chamá-los de “irmãos”, Paulo colocou-se em pé de igualdade com esses líderes.
Poderíamos desculpar esta abordagem por conta do anseio de Paulo de se
relacionar com eles, uma vez que ele tinha sido membro deste mesmo corpo, antes
de sua conversão. Evidentemente, essa saudação não funcionou como esperado. E
ele foi atingido na boca por seu discurso desrespeitoso.
O segundo erro foi quando Paulo se defendeu vigorosamente
perante o Sinédrio, acusando o sumo sacerdote de ser um sepulcro caiado de
branco! A implicação era clara: o sumo sacerdote parecia limpo do lado de fora,
mas estava cheio de impureza no interior. Essa não era a melhor maneira de
Paulo obter apoio. Em seguida, ele pediu desculpas por falar assim acerca do
sumo sacerdote, mas naquele momento Paulo provavelmente descobriu que tinha
perdido a boa vontade do grupo.
Por fim, o apóstolo, conhecendo plenamente as amargas
divisões teológicas entre os fariseus e os saduceus que compunham o Sinédrio,
fez uma declaração a fim de ganhar alguns simpatizantes. Este pode ter sido o
seu terceiro erro. Ele declarou-se um fariseu e um crente da ressurreição. Os
saduceus não acreditavam no céu ou na ressurreição, no que os fariseus
acreditavam com muito fervor. Instantaneamente, metade da multidão tomou seu
lado, enquanto a outra metade tentou silenciá-lo.
Essa foi uma jogada inteligente, mas não seguiu o que Jesus
fez sob as mesmas circunstâncias. Quando Jesus enfrentou Seu próprio julgamento
perante o Sinédrio anos antes, Ellen White afirma que entre os fariseus e os
saduceus existia amarga animosidade e controvérsia entre eles. “Com poucas
palavras poderia Cristo haver despertado os preconceitos de uns contra os
outros, e teria assim desviado de Si a ira deles” (O Desejado de Todas as
Nações, p. 705). Em vez disso, o Salvador do mundo se manteve em silêncio e não
se aproveitou da situação para salvar a si mesmo.
Ao meditar nessa história, eu concluí que este é um bom
exemplo de que Jesus deve ser o nosso único modelo. Nem mesmo o grande apóstolo
Paulo pode tomar Seu lugar. É em Jesus que devemos procurar orientação a cada
passo da nossa caminhada cristã, e não em nossos irmãos, por mais que eles
sejam muito fiéis a Deus.
Jesus perdoou os erros cometidos por Paulo naquele dia.
Naquela mesma noite, Ele assegurou a Paulo que ele iria a Roma, apesar de tudo.
Oh, que maravilhosa graça, a do nosso Senhor!
Ron E. M. Clouzet
Texto original: http://revivedbyhisword.org/en/bible/act/23/
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