Leitura
Bíblica - Atos 22
Comentários de Ron E. M. Clouzet
Quando o comandante Cláudio Lísias prendeu Paulo no templo,
ele e seus soldados rapidamente o levaram pelas escadas para a Fortaleza de
Antônia, salvando Paulo da turba. O comandante supôs ser Paulo um infame
encrenqueiro do Egito, a quem não tinha conseguido apanhar. Para surpresa do
comandante, Paulo falou com ele em grego, dizendo que era, na verdade, um judeu
de Tarso (Atos 21:37-39), e não egípcio. A cidade de Tarso era um centro
cultural e intelectual no Império com uma grande comunidade judaica. Paulo
perguntou se ele poderia se dirigir à turba. Assim que ele começou a falar em
hebraico [ou: aramaico, NVI] , a multidão se acalmou (Atos 22:1, 2). Ele se
dirigiu a eles como “irmãos e pais”. Paulo tinha sido ensinado pelo famoso
rabino Gamaliel e havia sido membro do Sinédrio. Ele lhes contou como era
zeloso e que havia perseguido os cristãos em todos os lugares. Até que um dia
encontrou Jesus no caminho de Damasco e Jesus lhe falou em hebraico (Atos
26:14,15).
Ellen White preenche as lacunas. O então Saulo começou a
duvidar de suas investidas contra os cristãos, quando testemunhou o martírio de
Estêvão. Sua mente se perturbou profundamente. Apesar disso, ele convenceu a si
próprio que o Sinédrio devia ter alguma razão para condenar Jesus como um
impostor. Ele não conseguia esquecer da fundamentação clara de Estevão, quando
julgado pelo Sinédrio, de que Jesus era o Messias prometido. “Nessas ocasiões
ele havia lutado noites inteiras contra esta convicção, e sempre terminara por
manter a crença de que Jesus não era o Messias, e que Seus discípulos eram
fanáticos iludidos” (Atos dos Apóstolos, pp. 116,117). Isto é, até que Jesus o
encontrou face a face.
Há um outro fator que contribuiu para a conversão de Saulo,
o perseguidor, para o apóstolo Paulo. Jesus disse a seus discípulos: “Amem os
seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem” (Mt 5:44 NVI). Parece-me que
isto foi exatamente o que a igreja primitiva deve ter feito. Eles oraram por
Saulo, um homem com tanto ódio, e o Senhor Jesus ouviu suas orações. Então, o
que Jesus fez? Ele retribuiu o perseguidor com uma visita pessoal.
Poucos dias atrás, ouvi de um missionário que fez duas
visitas a cristãos que estavam sendo perseguidos e mortos por um grupo
terrorista. Algumas mulheres compartilharam histórias de tanta dor que a única
resposta do missionário foi o silêncio. Em seguida, uma das mulheres começou a
orar pelos perseguidores. Quantos inimigos da cruz poderiam se tornar seus
campeões se orássemos por eles?
Ron E. M. Clouzet
Diretor de Evangelismo do Instituto NAD
Professor de Ministério e Teologia do Seminário da
Universidade Andrews
Texto original: http://revivedbyhisword.org/en/bible/act/22/
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