Reavivados
por Sua Palavra
Leitura
Bíblica - Jeremias 17
Comentários de Dan Houghton
Certo dia eu estava no Museu Britânico em Londres, olhando
para uma grande pedra que faz parte da história antiga, protegida por uma caixa
de vidro. Uma pedra escura, com inscrições em três línguas antigas. Era nada
menos que a pedra de Rosetta, descoberta no Egito por uma expedição
arqueológica em 1799. Fiquei me perguntando: porque eles tiveram tanto trabalho
nesta tarefa tão delicada quanto difícil de preservar tão perfeitamente estes
escritos na pedra dura? Obviamente, para eles o texto era tão importante que
eles procuraram fazer um registro permanente do mesmo.
O Espírito Santo de Deus, através do profeta Jeremias (Jer
17:1) está aqui usando um poderoso contraste para transmitir uma dolorosa
realidade. Os pecados da nação de Judá – o próprio povo escolhido de Deus –
estavam permanentemente escritos nas pontas dos seus altares e em seus
corações.
Faz sentido imaginar inscrições nas pontas (chifres) dos
altares idólatras. Mas como escrever na carne macia do coração? Aqui, o profeta
está dizendo que nossa rebeldia e
maldade são permanente registradas em nossa memória afetiva – nosso
coração – tão permanente quanto as inscrições feitas nos altares de pedra.
Como isso aconteceu? Simples: “Maldito o homem (ou mulher)
que confia no homem” (Jer 17:5 ARA). Qual é o resultado inevitável disto? O
coração daquele que confia no homem se afasta do Senhor.
Porém, aqui, mais uma vez, nos é colocado o contraste, como
esperança e saída: “Mas bendito é o homem (ou mulher) cuja confiança está no
Senhor!” (Jer 17:7 NVI). Que incrível diferença! Eu preciso ter esses
resultados na minha vida!
Este é o desejo de um coração que começa a conhecer a
santidade e glória de Deus. Porém, somos constantemente atraídos pelos encantos
e prazeres deste mundo: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e
desesperadamente corrupto”! (v. 9a ARA). O grito doloroso: “quem o conhecerá?”
(v 9b) ecoa através dos tempos e em nossa própria consciência despertada.
Alguma vez você já desejou tanto alguma coisa ruim que
chegou a conversar consigo mesmo sobre isto? E se arrependeu depois por isso? Eu
já. Descobri, nesta ocasião, que se você disser algo a você mesmo por muito
tempo (mesmo que esteja mentindo para si próprio) você vai acabar acreditando!
No final do capítulo (v. 19-27), a palavra vinda diretamente
do Senhor recrimina especificamente os negociantes que, no afã do lucro das
vendas na feira de domingo, transportavam suas cargas portas adentro da cidade
no sábado, dia reservado pelo Senhor para que o povo O conhecesse de maneira
especial. Esta admoestação do Senhor não surtiu efeito nenhum, como podemos ver
nas medidas de Neemias (Neemias 13:15-22) para corrigir o mesmo problema, que
também incluía a todos, incluindo os nobres (Nm 13:17). Isso mais de 60 anos
depois, após o retorno do exílio babilônico!
Não importa quem somos, nós realmente não conhecemos a nós
mesmos. “Só de um modo o verdadeiro conhecimento do próprio eu pode ser
alcançado. Precisamos olhar a Cristo. O desconhecimento dEle é que dá aos
homens uma tão alta idéia de sua própria justiça. Ao contemplarmos Sua pureza e
excelência, veremos nossa fraqueza, pobreza e defeitos, como realmente são.
Ver-nos-emos perdidos e sem esperança, vestidos com o manto da justiça própria,
como qualquer pecador. Veremos que se afinal formos salvos, não será por nossa
própria bondade, mas pela graça infinita de Deus” Parábolas de Jesus, 79.
Não é à toa que nos versos 13 e 14 ouvimos Jeremias
proclamar sua necessidade da graça divina em uma significativa oração! E,
assim, também, oramos: “Querido Pai, ’cura-me, … e serei curado; salva-me, e
serei salvo, pois Tu és aquEle a Quem eu louvo’ (v. 14 NVI). Tu és minha única
esperança! Amém”.
Dan Houghton
Centro de Pesquisa Hart – http://www.hartresearch.org/
Califórnia, EUA
Texto original: http://revivedbyhisword.org/en/bible/jer/17/
Nenhum comentário:
Postar um comentário