Projeto Reavivados por Sua Palavra- Deuteronômio 22
Muitas pessoas denunciam Deuteronômio 22 como um exemplo
abominável de insensibilidade da lei do Antigo Testamento para com as vítimas
de estupro. No entanto, um exame mais detalhado do contexto revela exatamente o
contrário.
Esta passagem descreve os dois principais locais em que uma
virgem israelita podia ser sexualmente violentada: na aldeia ou em uma área
deserta nos arredores da cidade. É importante notar as abordagens
dramaticamente diferentes para os dois locais.
Se uma mulher estava na cidade ela estava cercada por homens
que correriam em seu auxílio, caso ela gritasse por socorro. Isso nos diz algo
sobre como os homens e meninos em Israel eram treinados para proteger a virtude
das mulheres. Eles saltariam em sua defesa a qualquer custo.
Lembre-se: em uma aldeia padrão não havia vidro nas janelas
e as casas eram pequenas habitações construídas muito próximas umas das outras
(compartilhando paredes, às vezes). Presumia-se que qualquer mulher estivesse,
a qualquer momento, a poucos metros de ajuda. Além disso, esta lei e a cultura
de tutela masculina que a acompanhava eram a garantia de que tudo o que uma
mulher atacada tinha a fazer era gritar e alguém iria saltar em seu auxílio.
Neste contexto, se ela tivesse ficado em silêncio, os líderes responsáveis
deveriam supor que ela havia concordado com o ato.
Isto estava em contraste dramático com a situação prevista
na lei quando uma mulher fosse violentada sexualmente em um lugar isolado. Se
havia uma chance de que ninguém tivesse ouvido seus gritos de socorro, ela
deveria ser automaticamente considerada como inocente e isenta de punição. Em
contraste com muitas das leis naqueles dias, a lei israelita sobre agressão
sexual não exigia testemunhas para provar a inocência.
Embora seja difícil para nós em nosso contexto cultural
aceitar, muitas mulheres (como Tamar em II Samuel 13) teriam preferido se casar
com seus estupradores em vez de possivelmente permanecerem solteiras (e
consequentemente sem filhos) para a vida.
Deus é justo e Se preocupa com cada detalhe de nossas vidas.
Como muitas outras regras em capítulos do Antigo Testamento, este capítulo
evidencia o caráter daquEle que conta os cabelos de nossa cabeça. No meio da
escuridão de uma cultura que não valorizava suficientemente as mulheres como
criaturas de Deus e onde a palavra dos homens tinha geralmente mais autoridade
do que as das mulheres, Deus defendeu as mulheres e ordenou que elas devessem
ser protegidas e acreditadas.
Nicole Parker
Southern Adventist University
Na leitura bíblica de hoje, há um questionamento que muitas
pessoas fazem para nós da Escola Bíblica sobre Deuteronômio 22:5: “A mulher
pode usar calça comprida?”
Por incrível que pareça, esse assunto é motivo de muita
polêmica em alguns meios evangélicos. Veja o que diz o verso: “A mulher não
usará roupas de homem, e o homem não usará roupas de mulher, pois o SENHOR, o
seu Deus, tem aversão por todo aquele que assim procede.”
Ao analisarmos o contexto hebreu, vemos que essa proibição
quanto ao uso de trajes masculinos para mulheres e femininos para os homens
está relacionado, provavelmente, com o costume pagão que existia de uma mudança
no jeito de se vestir, estimulada, consciente ou não, para propósitos imorais.
Parece que as coisas hoje, em muitos aspectos, não mudaram
muito. Mas não que esse problema seja necessariamente com uma calça. Deus
proíbe o uso de trajes masculinos em mulheres e femininos em homens,
primariamente, se essa mudança estiver, consciente ou inconscientemente,
cumprindo com esse propósito pecaminoso. Então, essa proibição da Bíblia tem a
ver com homens se parecendo com mulheres (travestidos) e mulheres querendo
parecer homens.
Agora, por outro lado, existe o aspecto cultural. Em algumas
culturas como o oriente, por exemplo, tanto homens quanto mulheres usam roupas
que chamaríamos de saia ou vestido. O próprio Jesus usou esse tipo de roupa,
não é mesmo? E se um homem usasse essa roupa nos dias de hoje, não estaria
usando o que, para nós, seria roupa de mulher? Percebeu que isso é, também, uma
questão cultural? E na nossa cultura, aqui no Brasil? A saia é uma roupa só de
mulher, e a calça é uma roupa tanto para mulher quanto para o homem. Podemos
ver que a calça não se encaixa na discussão de Deuteronômio 22:5.
Porém, devemos considerar a modéstia e o decoro que os
cristãos devem ter ao se vestir. Por exemplo: Mulheres, ajudem os homens a não
pecarem, porque aquele que leva seu irmão a cair, também é digno de ser
julgado. Homens, Jesus disse que quem olhar para uma mulher com intenção
impura, já adulterou com ela.
Somos espetáculos ao mundo. Não adianta nada enquadrarmos a
roupa dentro de uma regra e, ainda dentro dela, fazer com que a própria roupa
“liberada” fique indecente. Ou você não concorda comigo que podem haver calças,
saias, blusas, camisas, tanto decentes quanto indecentes?
Se você quer honrar seu cristianismo, vista uma roupa que
não levará as outras pessoas a se escandalizarem. Não existe proibição bíblica
para um tipo de roupa específico, no entanto: “Tudo, porém, seja feito com
decência e ordem.”
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