Desculpem o transtorno, estamos em construção
Durante a nossa vida causamos transtornos na vida de muitas
pessoas, porque somos imperfeitos.
Nas esquinas da vida, pronunciamos palavras inadequadas,
falamos sem necessidade, incomodamos.
Nas relações mais próximas, agredimos sem intenção ou intencionalmente.
Mas agredimos.
Não respeitamos o tempo do outro, a história do outro.
Parece que o mundo gira em torno dos nossos desejos e o outro é apenas um
detalhe. E, assim, vamos causando transtornos.
Esses transtornos tantos mostram que não estamos prontos,
mas em construção. Tijolo a tijolo, o templo da nossa história vai
ganhando forma.
O outro também está em construção e também causa
transtornos. E, às vezes, um tijolo cai e nos machuca. Outras vezes, é o
cal ou o cimento que suja nosso rosto. E quando não é um, é outro. E o tempo
todo nós temos que nos limpar e cuidar das feridas, assim como os outros que
convivem conosco também têm de fazer.
Os erros dos outros, os meus erros. Os meus erros, os erros
dos outros.
Esta é uma conclusão essencial: todas as pessoas erram. A partir dessa conclusão, chegamos a uma necessidade humana e cristã: o perdão.
Perdoar é cuidar das feridas e sujeiras. É compreender que os transtornos são muitas vezes involuntários. Que os erros dos outros são semelhantes aos meus erros e que, como caminhantes de uma jornada, é preciso olhar adiante. Se nos preocupamos com o que passou, com a poeira, com o tijolo caído, o horizonte deixará de ser contemplado. E será um desperdício.
O convite que faço é que você experimente a beleza do
perdão. É um banho na alma! Deixa leve! Se eu errei, se eu o magoei, se eu o
julguei mal, desculpe-me por todos esses transtornos… Estou em construção!
Gabriel Chalita
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